Na última quarta-feira, 19 de fevereiro, ocorreu um seminário de lançamento da pesquisa “Cultura nas Capitais”, realizada pelo Ministério da Cultura, JLeiva Cultura & Esporte, Itaú, Instituto Cultural Vale e Instituto Datafolha. A pesquisa entrevistou 19,5 mil pessoas com mais de 16 anos nas 27 capitais brasileiras entre fevereiro e maio de 2024, com o objetivo de investigar os hábitos culturais da população e, a partir deles, revelar também a diversidade e a desigualdade no consumo, frequência e acesso a bens e equipamentos culturais.
Os seminários de divulgação também ocorreram em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Belém (PA). No Rio, a atividade foi realizada no Museu do Amanhã e contou com a participação de Flavia Mateus Rios, professora do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF), pesquisadora aqui do Gira e vice-coordenadora do nosso projeto Indepir.
No seminário, Flavia foi debatedora da segunda mesa do evento, dedicada a debater “Desigualdades regionais no Rio”, ao lado de Isabela Souza (Observatório de Favelas), Lia Calabre (Casa de Rui Barbosa) e Patrick Towell (The Audience Agency). Na plateia, contou-se com a presença de aproximadamente 400 pessoas, entre gestores e gestoras municipais e estaduais da área da cultura, produtores e produtoras culturais, dirigentes de museus etc.
Dentre outros, achados, a pesquisa sinalizou que grupos de pessoas não-brancas, “sobretudo o de pessoas pretas, têm maior dificuldade do que os brancos para transformar interesse em acesso de fato”. Porém, conforme destacado por João Leiva em material de divulgação: “Embora pretos e pardos no Brasil geralmente tenham menor renda e menor escolaridade, isso parece se refletir apenas parcialmente no acesso à cultura nas capitais. Os brancos de fato vão mais a diversas atividades culturais. Os pardos aparecem um pouco pior, mas as pessoas pretas estão entre as que mais vão a shows, festas populares, apresentações de dança e saraus”.
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